Artigo escrito por
Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog, Consultoria e Treinamento em
Logística Ltda.
O
mês de outubro começou mal, muito mal, para as transportadoras rodoviárias de
cargas e para todos aqueles envolvidos com a logística de forma geral.
Apoiada
na alta do dólar, a Petrobrás anunciou um novo aumento no preço do diesel,
desta vez de 4%.
O
diesel é um dos principais itens de custo do transporte rodoviário de cargas;
na longa distância é o mais relevante, chegando a representar 30% a 40% do
custo operacional total.
A
elevação do diesel afetará a operação de transporte de cargas de forma
distinta. Na distribuição urbana, que normalmente opera em rotas mais curtas, o
diesel deverá impactar em algo ao redor de 0,4% a 0,6% no custo total do frete.
Já na média e longa distância, o diesel significará um aumento que poderá
variar de 0,8% a até 1,6%.
Para
as transportadoras que trabalham com contratos formais, nos quais constam
clausulas de “gatilho” para o repasse automático das variações das principais
contas, isso não será um problema; de forma automática os preços deverão ser
corrigidos. Já para as demais, que dependem de uma negociação direta com seus
Clientes ou que tem os aumentos atrelados a determinadas datas-bases, isso
representará um grande problema, pois precisão absorver esse custo por alguns
meses, e em muitos casos, terão dificuldade em repassá-lo.
Para
esse sacrificado e combalido setor, esse é mais um desafio a ser superado. Será
que as Transportadoras suportarão mais esse encargo? Vale lembrar que há alguns
anos as Transportadoras vêm acumulando custos adicionais decorrentes da
regulamentação da jornada de trabalho dos motoristas, das restrições para a
circulação nas grandes cidades, do aumento do roubo de carga, etc.
Se
repassado aos Embarcadores, obviamente haverá impacto nos preços de produtos e
serviços, elevando a projeção da inflação anual para dois dígitos, algo que não
acontecia desde dezembro de 2002.
O
presidente da Petrobrás, Aldemir Bendini, admite novos reajustes nos próximos
meses, para elevar a geração de caixa da empresa. A Petrobrás precisa de
recursos para quitar dívidas bilionárias de curto prazo, e ainda garantir o
nível de investimento mínimo necessário.
Ah,
e ainda tem a CIDE, que deverá ser aumentada. Vale lembrar que o aumento da
CIDE não depende de aval do Congresso, podendo ser feito por decreto.
Desse
jeito fica difícil atuar na redução dos custos logísticos. Mal trabalhamos um
aspecto e alcançamos algum resultado, logo aparece um outro fator que nos
coloca no patamar inicial ou até mesmo em um nível anterior ao que estávamos.
Desanimador, não é?
Não
adianta reclamar, o negócio é seguir em frente, e trabalhar, trabalhar e
trabalhar um pouco mais! Nada que assuste os profissionais de logística!
Sucesso!
E bom trabalho!
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